Eu sei que eu demoro muito contando histórias, mas eu odeio quando me interrompem. Geralmente elas tem início, meio, clímax e fim — e olha que a maioria são acontecimentos com uma linha temporal muito curta.
Mas você nunca interrompe. Você escuta minhas histórias e ri do meu jeito dramático de contá-las. Você tira de mim as melhores piadas, as mais inusitadas e espontâneas. Eu não faço o tipo engraçada, às vezes, até finjo que faço, mas sei que não sou naturalmente a pessoa mais engraçada da sala, a não ser que você esteja por perto.
Porque quando a gente tá junto, eu faço piadas sem me preocupar se o mundo tá acabando, e olha que eu moro no Brasil e o ano é 2021, então, é uma preocupação muito válida e quase diária. Preciso valorizar a presença daqueles que dividem as injúrias, indignações e as piadas de mau gosto. Aqueles que tornam esse país e as nossas dores um pouco menores.
Obrigada por sempre me fazer esquecer o mundo e lembrar de rir. Obrigada por sempre me lembrar de rir pro mundo — amanhã há de ser um outro dia, com você, sinto que consigo chegar lá — mesmo que eu não saiba muito onde é lá.